sexta-feira, 3 de abril de 2009

Primeiro


Às vezes deixo suas portas abertas, para que o vento das janelas e do resto do mundo entre e dê uma espanada no pó que lá se acumula ao longo dos dias. Às vezes, abro um pouquinho sua porta e olho pela fresta com medo de que do meio de toda aquela begunça caia um machado bem em cima do meu pé. Às vezes tranco suas portas, para que não saiam de lá meus monstros ou até mesmo algum que eu mesma desconheço. Às vezes me encolho toda e me escondo lá dentro, como criança fugindo ou brincando de esconde-esconde sozinha.
Essa é minha cabeça, e minha cabeça é um guarda-roupas.

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